Oh! Please (FIMFA Lx11, CAMA – Centro de Artes da Marioneta, 2011) |
A minha relação com os objectos é antiga e visceral. Desde que me lembro que lhes atribuo corpo e alma, inerente às vivências que trazem coladas à pele, às memórias que nos passam por contágio e a um incomensurável potencial comunicante. Eu sempre falei com eles e eles comigo! Juntos partilhámos estórias incríveis. Somos "old buddies". Talvez por me mostrarem que não há impossíveis. Talvez por serem generosos! Afecto aos objectos, e ao gozo na sua animação, sempre coabitou em mim um gosto inusitado pelo universo kitsch. Um certo pendor por uma estética ligada aos objectos sentimentais, às bugigangas, ao maravilhoso mundo da parafernália e do pechisbeque.
Talvez por este me distanciar da norma – um bocadinho beije –, e me levar a patamares cromáticos bem mais estimulantes, mais de acordo com o meu DNA. Gosto da irreverência, da liberdade, da diversidade, da plasticidade e da cor, tudo ingredientes alcançáveis quando trabalhamos com objectos e marionetas. Gosto de saber que, quando nos permitimos aliar a este binómio uma estética menos normativa, um bocadinho mais "swingante", mais “Yé-Yé”, exponenciamos de forma particular todo o potencial que eles nos emprestam para darmos asas a todos os projectos artísticos e criativos com que secretamente sonhamos. Um processo sem limites nem barreiras de corpo, voz, movimento e narrativa. Que o teatro de marionetas contemporâneo reúne e cruza diversas disciplinas artísticas, é sabido, aliás, essa é uma das características que mais me atrai nesta forma de expressão artística. Contudo, a experiência emocional vivida na pele, só se viria a tornar realidade quando conheci a Tarumba. A partir desse momento, e já lá vão 5 anos de contínua e ininterrupta parceria, abriu-se todo um novo e amplo campo, pessoal e profissional, de manipulação e animação das marionetas e dos objectos do meu ideário. A partir desse dia sai do sótão...eu, os meus objectos, os amigos imaginários e algumas estórias que ensaiava só de memória para um público invisível. Facto que, não tendo sido um grande passo para a humanidade foi, e continua a ser, uma aventura gigante, fascinante, e sobretudo um imenso prazer que partilho e celebro de forma especial este ano, com a Rute Ribeiro, o Luís Vieira e todos os amigos e amantes da Tarumba, do teatro, das marionetas e das formas animadas. Dizem que aos 15 anos se celebram as bodas de cristal. Dado o seu brilho, transparência, nobreza e ressonância, não podia ser mais apropriada a comemoração em curso. Tchin-tchin. Para-muitos-béns!
Talvez por este me distanciar da norma – um bocadinho beije –, e me levar a patamares cromáticos bem mais estimulantes, mais de acordo com o meu DNA. Gosto da irreverência, da liberdade, da diversidade, da plasticidade e da cor, tudo ingredientes alcançáveis quando trabalhamos com objectos e marionetas. Gosto de saber que, quando nos permitimos aliar a este binómio uma estética menos normativa, um bocadinho mais "swingante", mais “Yé-Yé”, exponenciamos de forma particular todo o potencial que eles nos emprestam para darmos asas a todos os projectos artísticos e criativos com que secretamente sonhamos. Um processo sem limites nem barreiras de corpo, voz, movimento e narrativa. Que o teatro de marionetas contemporâneo reúne e cruza diversas disciplinas artísticas, é sabido, aliás, essa é uma das características que mais me atrai nesta forma de expressão artística. Contudo, a experiência emocional vivida na pele, só se viria a tornar realidade quando conheci a Tarumba. A partir desse momento, e já lá vão 5 anos de contínua e ininterrupta parceria, abriu-se todo um novo e amplo campo, pessoal e profissional, de manipulação e animação das marionetas e dos objectos do meu ideário. A partir desse dia sai do sótão...eu, os meus objectos, os amigos imaginários e algumas estórias que ensaiava só de memória para um público invisível. Facto que, não tendo sido um grande passo para a humanidade foi, e continua a ser, uma aventura gigante, fascinante, e sobretudo um imenso prazer que partilho e celebro de forma especial este ano, com a Rute Ribeiro, o Luís Vieira e todos os amigos e amantes da Tarumba, do teatro, das marionetas e das formas animadas. Dizem que aos 15 anos se celebram as bodas de cristal. Dado o seu brilho, transparência, nobreza e ressonância, não podia ser mais apropriada a comemoração em curso. Tchin-tchin. Para-muitos-béns!
BIO
Luís Hipólito (PT): Jornalista e actor.
Participou no FIMFA com Mironescópio: A Máquina do Amor (CAMa – Centro de Artes da Marioneta, 2010, Galeria Boavista, 2012, Teatro Taborda, 2014), Oh! Please (CAMA – Centro de Artes da Marioneta, 2011), Rio, rio, rio... (CAMa – Centro de Artes da Marioneta, 2012, São Luiz Teatro Municipal, 2014), Quid pro quo and Cabaret de Insectos: Dracularium Freak (São Luiz Teatro Municipal, 2015).