Mostra Bibliográfica & Exposição de Teatros de Papel

TEATRO NACIONAL D. MARIA II - Livraria

11 a 31 de Maio


Livros em destaque sobre Teatro, Marionetas e Formas Animadas e
Exposição de Teatros de Papel - Colecção A Tarumba - Teatro de Marionetas

Exposição Teatros de Papel
Colecção A Tarumba - Teatro de Marionetas

“(...) e eu, debruçado sobre o meu teatro de papel, contentíssimo, fazia subir o pano para apresentar a densa floresta que a Menina do Capuchinho Vermelho tinha de atravessar, ou a feérica sala de festas da Cinderela. A minha fantasia determinava o que se passaria no palco e povoava-o à sua maneira.” 
- Ingmar Bergman


Os Teatros de Papel desempenharam um importante papel na formação do gosto pelo teatro. Foram verdadeiros modelos inspiradores na infância e adolescência de figuras como Oscar Wilde, Jane Austen, Charles Dickens, Hans Christian Andersen, Winston Churchill, Edward Gordon Craig, Lewis Carroll, Charlie Chaplin ou Orson Welles. Artisticamente influenciaram criadores como Diaghilev que se baseou num teatro de papel para a encenação de uma das suas produções. Laurence Olivier fez uma versão especial num teatro de papel da sua famosa produção cinematográfica de Hamlet, e quem não se recorda do filme de Ingmar Bergman, Fanny e Alexander, e do maravilhoso teatro de papel que nele figurava?

Verdadeiros teatros em miniatura, os teatros de papel possuíam inicialmente um carácter lúdico, sendo uma forma de os espectadores do séculos XVIII, XIX e princípios do século XX, continuarem a desfrutar do prazer do espectáculo. A partir das folhas impressas que continham os actores mais famosos da época, desenhados numa das suas poses mais características, evoluiu-se mais tarde para tudo o que era necessário para em casa se poder representar um determinado espectáculo: o proscénio, os cenários, as várias personagens e, inclusive, um pequeno guião.

No Teatro Nacional D. Maria II, para além dos Teatros de Papel em exposição permanente, é exposto na Livraria um teatro checo de marionetas familiar, de c. 1929. Na República Checa, onde existiu um grande número de editores, a popularidade do teatro de marionetas conduziu ao crescimento destes teatros de pequena dimensão na segunda metade do século XIX. Marionetas e decorações eram construídas em série e várias peças foram publicadas para estes teatros, que se assemelham a Teatros de Papel de maior dimensão. Até à relativamente pouco tempo, era normal cada família ter o seu teatro, que passava de geração para geração.

Ao longo destes vinte e dois anos de actividade, para além de toda a experiência adquirida, a Tarumba criou um acervo artístico importante. Assim, entre o seu espólio, constituído por marionetas da companhia, marionetas “históricas”, livros sobre teatro, especialmente sobre teatro de marionetas, fotografias, programas ou cartazes, inclui-se uma colecção de teatros de papel (originais do século XIX e princípios do século XX), de vários países e editores, como Johann Ferdinand Schreiber, Gustav Kühn, mas também exemplares do editor inglês Pollock, do Dinamarquês Alfred Jacobsen, dos franceses Imagerie d’Epinal ou dos espanhóis El Teatro de los Niños e Paluzie.