"The Great War"
MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL
7, 8 e 9 de Maio às 21h30 (Quinta, Sexta e Sábado)
Espectáculo de Abertura do FIMFA Lx15
Concepção: Herman Helle, Arthur Sauer Cenografia e construção: Pauline Kalker, Arlène Hoornweg, Herman Helle Conceito visual: Herman Helle Universo sonoro e música ao vivo: Arthur Sauer Direcção final e montagem: Pauline Kalker Performers: Maartje van den Brink, Menno Vroon, Laura Mentink Textos e cartas: Soldado Prospert Eyssautier, Max Beckmann, Erich Maria Remarque et al. Modelação de marionetas (cavalo e veteranos): Cathrin Boer Técnico: Joris van Oosterhout, agradecimentos a Edwin van Steenbergen Agradecimentos especiais: André Dekker, Rotterdamse Schouwburg Fotografia: Herman Helle, Joost van den Broek Apoios: Dutch Performing Arts Fund, City of Rotterdam Técnica: Animação em directo e objectos Público-alvo: +12 Idioma: Inglês Duração: 60 min.
Apresentação no âmbito da rede House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia
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Apresentação no âmbito da rede House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia
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A abertura do FIMFA Lx15 fica marcada pelo regresso de um espectáculo de antologia, o maior êxito da companhia holandesa Hotel Modern.
The Great War: A Primeira Guerra Mundial, 1914-1918.
Durante a Primeira Guerra Mundial milhões de soldados escreveram cartas aos seus entes queridos. Milhões morreram nos incêndios e na lama. Milhões voltaram a casa com histórias que não podiam ser contadas ou ouvidas, como acontece depois de qualquer guerra...
Hotel Modern recria a atmosfera da Primeira Guerra Mundial recorrendo a maquetes, soldadinhos de chumbo, salsa, terra, pregos enferrujados e espectaculares efeitos especiais e sonoros. O resultado é diferente de tudo o que vimos até agora. Nas imagens projectadas num ecrã maior do que a vida, os campos de batalha em miniatura transformam-se em cenas hiper-realistas de guerra.
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Hotel Modern criou um "filme de animação em directo" ("live animation film") para este épico sobre a Primeira Guerra Mundial, onde armas modernas, tais como tanques, metralhadoras, lança-chamas, projécteis explosivos e gás mostarda, foram utilizadas pela primeira vez.
Um décor de cinema em miniatura é instalado no palco. O público é testemunha da reconstituição das paisagens da Frente Ocidental numa escala em miniatura. Os performers criam e manipulam miniaturas de campos de batalha e outras paisagens, feijões, lama, bombas de fumo, escovas, serradura, pregos oxidados e ramos de salsa como árvores. Chove de um vaporizador de plantas, há bombardeamentos a partir de um bico de gás. Uma paisagem campestre transforma-se numa venenosa ferida de lama. As imagens são filmadas com câmaras digitais e mini câmaras, montadas em directo e projectadas num ecrã.
O compositor Arthur Sauer criou a banda sonora e os efeitos de som utilizados. Durante o espectáculo ocupa-se da música que acompanha as cenas realizadas pelos actores e com a ajuda de microfones de contacto, distorce e amplifica o som. Um pequeno toque numa mesa ressoa como o impacto de uma granada, o acender de um fósforo soa como o largar do gás mostarda.
A leitura de testemunhos e de cartas autênticas escritas pelos soldados, no fundo das trincheiras, para as suas famílias acompanham as imagens, às vezes na calma e no silêncio, outras vezes no tumulto da guerra. Uma grande parte dos textos utilizados são cartas de um soldado francês, Prospert, escritas à sua mãe, durante a sua longa permanência nas trincheiras. Estas cartas foram recuperadas por André Dekker, que as encontrou num antiquário em Marselha.
Com este espectáculo, o grupo Hotel Modern obteve vários prémios. Recebeu o CJP Trophy e o European Prix de Coppet. Uma versão em filme foi feita pelo ARTE, produzida por AGAT-film e realizada por Nanouk Leopold (realizadora de Iles Flottantes, nomeado para o Tiger Award no Rotterdam International Film Festival 2001). The Great War tem sido apresentado por toda a Europa, Rússia, Singapura, Hong Kong, China, Egipto, Canadá e Estados Unidos ao longo dos últimos anos.
Ao criar literalmente um filme de guerra perante os nossos olhos, Hotel Modern fascina-nos pela engenhosidade e realismo das suas reconstituições, sem esquecer a dimensão social e política. Um espectáculo deslumbrante com visões dolorosas e poéticas, na recriação de um mundo em miniatura, onde o ser humano parece ser um mero joguete nas mãos de poderes que pouco se importam com a sua existência. Imperdível!
“É surpreendente, encantador, comovente, terrível. Não ousamos dizer, dado o tema, que é belo. Mas é! (...) Esta é uma reportagem ao vivo, como se fosse em directo: atinge-nos e não se parece com nenhum espectáculo. É alucinante! Gritamos. É a verdade, não mais que a Verdade. O grupo Hotel Modern de Roterdão, a quem devemos esta obra-prima, é uma grande companhia”. - Michel Kemper, Loisirs / Culture - Loire
“Cartas e diários da Primeira Guerra Mundial são trazidos à vida numa experiência teatral que é angustiante, poderosa e tão simples, que por vezes, nos traz lágrimas aos olhos.” - Daily Post
"De vez em quando vemos algo de extraordinário no teatro, e foi isto que se passou com The Great War (...). Uma produção surpreendentemente inventiva e insuportavelmente comovente." - BBC Radio Merseyside
BIO
A companhia holandesa Hotel Modern combina artes visuais, teatro de objectos, marionetas, música, modelagem, cinema e performance nas suas produções. Modelos à escala desempenham um papel importante nas suas criações. Estes são usados para, literalmente, ver o mundo de uma macro perspectiva. A abordagem de Hotel Modern é única no campo do teatro, o que lhes permite concentrarem-se em diversos temas, de formas absolutamente novas.
Hotel Modern foi fundado em 1997, em Roterdão, e é constituído pelas encenadoras, realizadoras e actrizes Pauline Kalker, Arlène Hoornweg e pelo artista plástico e performer Herman Helle, que ganhou reputação como construtor de maquetas de edifícios e cidades, para urbanistas e arquitectos, como Rem Koolhaas.
Depois de concluídos os respectivos estudos na Arnhem Theatre School (Pauline e Arlène) e na Rotterdam Art Academy (Herman), é em Roterdão que iniciam as primeiras actividades artísticas, onde cada um deles reforçou a sua própria rede de artistas, de músicos e de companhias teatrais.
Nas suas criações contam com a colaboração do compositor Arthur Sauer, que estudou no Royal Conservatory - The Hague, e compõe para teatro, cinema, entre outros, para além de construir instrumentos acústicos e electrónicos, fazer programação de software, e participar como músico ao vivo em várias produções teatrais.
Para os que têm seguido o seu trabalho, apresentado em edições anteriores do FIMFA (The Great War, 2007; Kamp, 2008; Shrimp Tales, 2010), sabem que desenvolvem um trabalho criativo excepcional. Com a ajuda de maquetes em miniatura, câmaras digitais, marionetas, objectos, actores e som, contam histórias verdadeiras e inventadas sobre a fragilidade do ser humano. O filme de animação em directo, live animation film, permite-lhes trazer uma realidade cinemática e ilusória para o teatro.
O horror da guerra é um tema bastante recorrente na obra da companhia. No seu êxito internacional The Great War são representadas as trincheiras da Primeira Guerra Mundial, que podemos observar através dos olhos dos soldados. Kamp é um retrato teatral de Auschwitz, em que um modelo à escala de um campo de extermínio é trazido à vida. Mas o grupo também produz trabalhos mais leves e de carácter absurdo, como Shrimp Tales, uma criação sobre a humanidade cheia de humor, representada por 350 camarões secos verdadeiros.
Hotel Modern cria no teatro um universo em que presenciamos o tormentoso matrimónio entre a vida e a morte. O seu trabalho lida geralmente com a crueldade absurda do mundo. Situam-se numa linha entre a ilusão e a realidade, documentário e ficção. Seleccionam assuntos da realidade à sua volta e distorcem-na, misturando-a com temáticas do mundo da ficção.
A companhia ocupa um lugar excepcional na paisagem teatral. Desenvolveram uma linguagem teatral inteiramente pessoal e reconhecível. A criação de mundos completos com modelos à escala e animados da forma como o fazem é única no teatro holandês e internacional. Têm obtido um enorme reconhecimento pelo público em geral e crítica especializada. São pioneiros no seu método de misturarem alta tecnologia e materiais primitivos, na forma eficaz e curiosa de como usam o seu equipamento. O grupo tem actuado por todo o mundo e já ganhou vários prémios, incluindo o European Prix de Coppet, e o prestigiado Dutch VSCD Mime Prize, pela sua originalidade, espírito de invenção e expressividade.